Ontem, sábado, dia 19 de Junho de 2004, foi criada na Europa, a Constituição da União Europeia.
Faz mais de 20 anos que em Espanha funciona um regime associativo autónomo de âmbito nacional, baseado no reconhecimento e integração das associações locais e regionais de radioamadores, todas elas incorporadas depois na estrutura da URe a associação confederada na IARU.
Em Portugal, nunca se conseguiu formar uma organismos nacional, nem novo, nem se soube sequer adaptar aquele que fazia mais anos estava filiado na IARU a REP.
Tentaram criar a Federação Portuguesa de Radioamadorismo, depois a União das Associações Portuguesas de Radioamadores e agora a FEDRA.
Diz o promotor da FEDRA que: (…) No passado recente houve quem pensasse que se poderia fazer da REP uma organização do tipo URE (ou ARRL), isto é, uma associação única, que represente todos os CT’s, com ramificações espalhadas por todo o território nacional.
O problema é que, além da forma torpe e pouco transparente como o processo foi conduzido (por via de protocolos), ele assenta numa questão difícil de ultrapassar: ou se cria uma estrutura paralela á existente, ou se anulam as associações de índole regional em detrimento de uma organização nacional. (…)
Temos imensa pena que, o sábio promotor da FEDRA, sendo ele um utilizador-consumidor do QSL BUREAU da REP e também Associado na REP, diga este tipo de comentários, sem medir o peso das suas próprias afirmações. Pois o modelo consta nos Estatutos da REP, faz muitos anos.
O problema é o que que os associados da REP, não detém nem competências nem espírito de grupo, para saberem criar e manter esse modelo associativo de organização nacional, e, os espanhóis faz mais de 25 anos que o souberam construir e manter em funcionamento.
A pergunta a dirigir ao promotor do FEDRA seria apenas esta: se um modelo associativo descentralizado não funciona numa estrutura que existe, como se iria manter numa organização que nunca funcionou, nem dispõe de um suporte financeiro.
Mas prossegue o promotor do FEDRA:
(…) Ora, nas actuais circunstâncias, parece-me muito pouco provável (senão impossível) convencer associações (algumas com mais de mais de uma vintena de anos) a extinguirem-se. Para que se perceba melhor: nenhuma ARXY vai querer desaparecer para dar lugar a uma REP - Secção Territorial de XYZ, porque, apesar de deter alguma autonomia, nunca será tanta como anteriormente. Não faz sentido. (…)
Foram precisamente as associações com maior expressão nacional que, mantendo um estatuto próprio e absolutamente autónomo, se quiseram associar á ideia de constiuirem uma estrutura nacional e por essa via, mantiveram a autonomia legal e estatutária e por via de um Protocolo, firmaram acordos de parceria que as colocariam ao lado da REP, junto do quadro confederativo internacional que é a IRU.
Quem não respeitou essa parceria e igualdade de deveres e direitos foram a actual direcção da REP, sempre liderada pelo CT1DRY, os seus acólitos e alguns sócios fundamentalistas da REP, consumidores de QSL e taxas de QSL e Correio.
Prossegue e conclui o sábio promotor da FEDRA:
(…) Como igualmente não faz sentido a REP deixar de ser uma associação de amadores, para passar a ser uma associação de associações. Nem tampouco um modelo híbrido. Isso então é que seria um verdadeiro disparate.
Daí eu (CT1EAT – Francisco Costa) defender que, apesar do modelo espanhol (ou americano) ter grandes vantagens, existe uma vontade e um momento próprio para o implantar. Em Portugal, não só não há vontade, como o momento há muito que deixou de existir.
Por isso eu defendo que, no momento actual, a melhor alternativa (senão a única) é a constituição de uma Federação de Associações, a exemplo aliás do que se passa em muitos outros domínios. Note que se trata de uma federação e não de uma união, ou confederação. Estas, apesar de serem figuras muito semelhantes, em nada se confundem. (…)
CONCLUSÃO:
Desde Abril de 1974 que, nunca se fez nada de sólido e alternativo em Portugal. Nem sequer o tímido modelo que na Espanha resulta e na REP ainda funcionou. A URE que na Espanha vai conferindo ao movimento associativo local e regional alguma igualdade de oportunidades, justo num país monárquico e bastante mais conservador que Portugal.
Mas na REP e em 2001 o modelo alternativo proposto, começou a resultar. Mas foi abandonado por decisão unilateral de 1 ou 2 directores do presente executivo da REP, o senhor Paulino e Moreira (por ordem do CT1KT, com o sábio e isento apoio do CT1EAT e do CT1BWW que na Figueira da Foz em Abril de 2000, votaram contra a conversão da REP, em confederação nacional dentro da IARU).
Mas viva a FEDRA que parou e por ali ficou, por ideia do CT1EAT, o sábio e experiente federalista alentejano.
Em Portugal não resultaram a REP, a FEDRA e a UAPR, como nunca resultou a FPR.
Seria possivel concluir da doutrina do EAT, que a unica solução é a «solução final» como em outros tempos dos anos de 1940 e do Adolfo. Ou FEDRA ou NADA.
Então os espanhóis são burros (mas funcionam) e os portugas são espertos (burros) mas não conseguem funcionar.
Como disse anteriormente neste fórum, não discuto assuntos com anónimos. Nem respondo a provocações, especialmente as desprovidas da mais elementar educação. Aliás, pela qualidade da prosa, é fácil constatar que uma grande parte dos que escrevem neste fórum possuem uma escolaridade muito reduzida, e consequentemente um grau de educação muito elementar. E, sem querer ser condescendente, acho que esses necessitam mais da minha compreensão do que da minha critica. Por esse motivo bastantes vezes me remeto ao silêncio, quando a natureza humana me impelia a reagir... Não é seguramente o caso deste "post", e daí eu achar que merece alguma atenção.
Ainda assim, e antes de mais, permitam-me um desabafo: não percebo que raio de CT's são estes, tão homenzinhos para assinar artigos copiados de livros de outros radioamadores, e tão cobardolas quando chega o momento de assumir as próprias ideias?! Mas, enfim, apesar de ser para mim uma atitude incompreensível, respeito-a. Passo a responder directamente.
Caro colega Antes de mais, obrigado por ter visitado a minha página.
> Em Portugal, nunca se conseguiu formar uma organismos nacional, nem novo, > nem se soube sequer adaptar aquele que fazia mais anos estava filiado na IARU a REP. > Tentaram criar a Federação Portuguesa de Radioamadorismo, depois a União das Associações > Portuguesas de Radioamadores e agora a FEDRA.
Está enganado. Não é bem "agora". O artigo que cita foi publicado na edição de Dezembro de 2002 da revista QSP. Se o erro foi induzido por minha culpa, uma vez que na versão "on-line" não estava indicada a data em que os artigos foram publicados na referida revista, queira aceitar as minhas desculpas pelo lapso. (Aproveito a ocasião para informar que a falha já foi entretanto suprida). Se, eventualmente, a ideia é apenas "provocar-me" (criticando as minhas ideias/propostas fora de tempo), remeto-o para outro post que escrevi precisamente sobre o mesmo assunto, e que foi publicado recentemente neste fórum.
> Temos imensa pena que, o sábio promotor da FEDRA, sendo ele um utilizador-consumidor > do QSL BUREAU da REP e também Associado na REP, diga este tipo de comentários, > sem medir o peso das suas próprias afirmações.
Engana-se. Poucos como eu medem as suas afirmações. De contrário faria como um OM, que afirmava publicamente que a CML, em 75 anos, nunca tinha apoiado a REP. Ou então criticava os que fazem Dx e trocam QSL, esquecendo (ignorando?) que a REP sobreviveu os últimos 30 anos, em grande parte, à custa dos que pagam quotas *exclusivamente* por causa do QSL bureau. O mesmo bureau, cujos gastos postais anuais (1999) eram inferiores ao que foi gasto com a impressão de uma revista que (quase) ninguém leu (Boletim da REP, Nº1 Ano 2000). Isso é que é irresponsabilidade.
> Pois o modelo consta nos Estatutos da REP, faz muitos anos.
Quais estatutos? Os aprovados, e que aguardam publicação? Ou os que estão em vigor? ;o) (Desculpe. Não resisti) Bom, a sério, o Artigo 1º, parágrafo 2º dos estatutos da REP faz uma breve referência a este assunto, para dizer que a REP, por ser a Secção Portuguesa da IARU, deverá colaborar "com as Associações regionais ou locais e Clubes de radioamadores." Por outro lado a alínea g) do artigo 2º indica que são finalidades da REP "Promover por si só ou em colaboração com Associações congéneres nacionais ou estrangeiras, e outros organismos afins, a propaganda e o desenvolvimento do radioamadorismo." Logo aqui temos um pormenor curioso: a REP admite colaborar com vários tipos de associação: - congéneres (nacionais e estrangeiras) - regionais - locais - clubes de radioamadores - outros organismos afins Isto é algo, convenhamos, no mínimo, surpreendente! Pelo menos a mim surpreende-me que, ao menos no papel, a REP reconheça a existência de associações congéneres nacionais...
Mas, suponho, aquilo que se estava a referir quando afirmou que "modelo consta nos Estatutos da REP", é o que está vertido no Capítulo III, sob a epígrafe "Da organização local", composto por quatro artigos. Após uma leitura atenta dos mesmos conclui-se que, excluindo o que possa estar contido nos protocolos em particular, a troco de nada (bom, sempre podem usar o Boletim da REP para divulgar as suas actividades) as associações que passem a ser uma delegação da REP serão representadas por esta na parcela de território que esta antes representava. Isto é, a associação ARXY representava os interesses dos radioamadores residentes na área xy. Após a assinatura do protocolo, a REP que passa a tratar desse assunto. Ora, pense um pouco: quem é que, sem mais contrapartidas, aceita um acordo destes??? Acha que a ARBA (para dar um exemplo), após mais de uma vintena de anos solidamente implantada nas Beiras, com o prestígio que tem junto das autoridades locais, vai querer que a REP a represente daqui em diante??? E acha que a REP, a varias centenas de km, vai conseguir fazer melhor que a ARBA???
Por outro lado o Artigo 21º pressupõe que uma dada associação esteja circunscrita a uma parcela do território nacional . Ora tal não passa de um absurdo, uma vez que, salvo alguma disposição estatutária, a lei não impede que um CU9 seja sócio do RCL, ou que um CT seja associado na ARM. Tal como não obriga a que as actividades de uma associação estejam circunscritas ao concelho (ou distrito) da sua sede. Exemplos: no ano 2000 a ARVM promoveu (e muito bem) uma actividade na, agora submersa, Aldeia da Luz (Alentejo). Acaso esta associação necessitou de outra autorização, além da licença radioeléctrica emitida pelo então ICP, para operar desde este local? Então como é que se iria delimitar a área a que cada associação está circunscrita? Lembra-se da tentativa de regionalização portuguesa na passada década? Aplique a mesma confusão no radioamadorismo e o caos seria semelhante... E as áreas onde não existe nenhuma associação que represente os radioamadores locais? Ficariam por conta da REP?
Em resumo, mantenho tudo aquilo que disse anteriormente: a ideia de converter a REP numa entidade supra associativa (uma federação, por ex.) além de ser um verdadeiro disparate, pelos motivos apontados no meu artigo, é altamente improvável de concretizar. Por outro lado, está longe de ser a melhor solução para os problemas dos radioamadores, em particular daqueles que se encontram nas áreas mais distantes da capital.
> A pergunta a dirigir ao promotor do FEDRA seria apenas esta: se um modelo associativo > descentralizado não funciona numa estrutura que existe,
Não funciona porque não foi concebido para funcionar. Esse é um sistema bacoco, concebido (e seguido) por radioamadores sem uma mínima noção da realidade actual.
> como se iria manter numa > organização que nunca funcionou, nem dispõe de um suporte financeiro.
Boa pergunta. Mas, lamento, não lhe posso dar a resposta. Aliás, até lhe podia dar a minha opinião pessoal sobre essa questão. Mas não irei fazer. Porquê? Porque, como certamente terá lido no início do meu artigo, a FeDRa tratava-se tão somente de uma proposta de estudo, para ser discutida e desenvolvida. Esta opção foi feita, propositadamente, para deixar amplo espaço de debate a todos os intervenientes. Se eu tivesse querido apresentar uma proposta tipo "pegar ou largar" (semelhante a um contrato de adesão, tão típico dos cartões de credito, débito, etc.). teria apresentado os estatutos completos e no final do documento um X, para que os representantes das associações assinassem à frente, se essa fosse a sua vontade.
> Foram precisamente as associações com maior expressão nacional que, mantendo um > estatuto próprio e absolutamente autónomo, se quiseram associar á ideia de constiuirem > uma estrutura nacional e por essa via, mantiveram a autonomia legal e estatutária e por > via de um Protocolo, firmaram acordos de parceria que as colocariam ao lado da REP, > junto do quadro confederativo internacional que é a IRU.
Ora aqui está um parágrafo que ilustra bem como se pode manipular a verdade. Vou tentar "desmontá-lo": Em primeiro lugar, apenas *algumas* associações assinaram protocolos com a REP. A esmagadora maioria, e desde logo as mais numerosas e de maior implantação territorial ficaram "de fora" (ARBA, ARAS, etc.). Em segundo lugar, como é que uma associação pode continuar "ao lado da REP" se, estatutariamente, por via do protocolo, passa a ser tratada de forma inferior? Não acredita? Leia os Estatutos. O artigo 21º não pode ser mais claro: "As Delegações serão constituídas, ou por núcleos de radioamadores ou por Associações de Radioamadores ou por Clubes legalmente constituídos, todos circunscritos a uma determinada parcela do território nacional, serão representados pela REP, nesse território." Se são representados pela REP, a ARxy passa a ter menor soberania sobre o "seu território". Parece lógico, não? Eu admito que custa acreditar nisto. Custa tanto que alguns CT's, que de boa fé assinaram o protocolo com a REP, só posteriormente descobriram o "logro". Isso mesmo admitiu publicamente CT1CIR, quando escreveu (na QSP de Abril 2001) que: "(...) não é aceitável ler que o Presidente da Rede considera Delegações Regionais da REP as Associações que assinaram protocolos de cooperação. Nomeadamente a ARAL. Não foi para efeitos de propaganda que a ARAL concordou com aquele protocolo." E ainda diz mais: "A REP não pode, ao mesmo tempo, ser uma Associação Nacional de Radioamadores e uma Federação de Associações, ainda que dissimuladamente."
> Mas na REP e em 2001 o modelo alternativo proposto, começou a resultar.
Modelo alternativo??? Que modelo é esse??? Que resultados obteve???
> Mas viva a FEDRA que parou e por ali ficou, por ideia do CT1EAT, o sábio e experiente > federalista alentejano.
Quando o Muro de Berlim caiu, recordo ouvir um professor dizer: "Não coloquem ainda o Marx na gaveta..." Não sou sábio, não sou experiente, e muito menos federalista. Mas sei que a vida dá muitas voltas, e a história (por ser pouco original) repete-se. Portanto não me admirava nada se daqui por alguns anos alguém tirasse a FeDRa "da gaveta". O tempo dirá se tenho ou não razão...
> Em Portugal não resultaram a REP, a FEDRA e a UAPR, como nunca resultou a FPR.
Exactamente por culpa de pessoas como você! Não acha que é a vez de dar lugar aos mais novos, aqueles que não tem ideias pré-concebidas, nem traumas do passado? Pense nisto.