A propósito do tema versado neste Fórum, sobre a participação dos radioamadores e das associações na protecção civil, algumas questões suscitadas mereceram a minha atenção.
Em virtude disso, queria explicar ao CT1IDW e aos colegas que também participam neste fórum, de forma sincera e constritiva, alguns factos, associados ao meu ponto de vista:
 
Alguém já pensou, se os Radioamadores face ao que se tem vindo a passar, pela forma como as coisas foram conduzidas durante estes últimos anos. Não estarão os amadores (com febre de acção) a serem usados, por algumas pessoas com ambições, dentro da protecção civil ?
 
Começo por interrogar-me, sobre aquilo que atrás coloquei, pelo seguinte.
 
Como o CT1IDW sabe, eu fui presidente da direcção da REP (a ver pelo que dizem, os colegas do GPDX), um péssimo presidente de direcção (que segundo disseram alguns elementos da direcção a que o senhor pertenceu, eles publicitam por todos os lugares, que o CT1XI andou a roubar dinheiro e tudo o que podia na REP, foi um gatuno e um incompetente (cito CT1AES, CT1AHU, CT1DRY e outros). Não importa o que algumas pessoas dizem, importam os factos.
 
Eu fui parar à direcção da REP em 1998, sem conhecimento meu (prévio). Pois fui abusivamente colocado na lista pelo CT1KT no cargo de Tesoureiro (porque ninguém, dos sócios da REP, quiseram assumir esse cargo). Mas depois e de boa-fé, eu infelizmente confiei no CT1KT, e acabei por aceitar ajudar, e cooperar, com a direcção, pois vi que a REP estava em crise (como sempre esteve). De nada serviu a direcção do CT1KT, o CT1DGK acabaria por abandonar o cargo e nada foi feito.
 
Em Março de 1999, o CT1KT quis retirar-se do cargo de presidente. Nessa altura ele pediu-me para eu, que nunca tinha exercido cargos na REP, para aceitar dirigir a REP.
 
Como não sou concursista, nem faço diplomas, e tenho do Radioamadorismo, uma visão diferente daquela que então tinha sido a linha de orientação da REP. Infelizmente eu (e a minha direcção) caio na terrível asneira de tentar dirigir a REP, fora dos interesses dos associados do GPDX (que a dominam faz vários anos).
 
Em seguida, em 2000, a REP fez o 1º Congresso Nacional, potenciado o inquérito nacional, dirigido a todos os sócios da REP (o único que a REP fez em 75 anos), tentando conduzir a REP para um projecto nacional de delegações (com os sócios e as outras associações) celebrando protocolos com as associações interessadas (protocolos que hoje a direcção da REP, dirigida pelo CT1DRY não quer observar e fazer cumprir, ao ponto de recusar associações de se filiarem na REP (facto que V. CT1IDW até está de acordo).
 
Tudo isto foi feito com o fim de se tentar criar em 4 anos, uma estrutura nacional da REP, do tipo confederação filiada na IARU (ou URE).
 
Tentámos criar na REP, uma estrutura onde todos os tipos de associados se revissem, uma associação dividida por áreas temáticas, entre o DX, os concurso e diplomas, das faixas de HF aos satélites, incluindo os projectos educativos (que mais tarde se autonomizaram da REP e deram origem à fundação da AMRAD em 2002).
 
Tudo isto não se cumpriu, na direcção que teve início em 2001, porque o CT1DRY, apoiada e pressionada pelo GPDX, no cargo de tesoureiro da direcção, (sem qualquer legitimidade para o fazer) acabou por «proibir» que fosse criado dentro da REP, um departamento educativo.
Com isto o CT1DRY e o CT1CJJ, acabaram por demonstrar em Julho de 2001, o que pretendiam fazer na REP.
Este processo, foi liderado pelo CT1DSC, onde o CT1DRY e o CT1CJJ, acabaram por vir a excluir um grupo de sócios da REP (cerca de 25), que então executavam todos esses trabalhos focados na educação e na juventude, colocando-os fora de acção, dentro da REP, com o fim  de protegerem apenas os aspectos do QSL, os interesses do GPDX e do NDX de Oliveira de Azeméis, pois entenderam que REP e radioamadorismo seriam apenas concursos e diplomas.
 
Nessa altura estavam celebrados diversos protocolos com a REP, incluindo o da LARS, que pelo facto da REP não possuir nenhum repetidor (eram propriedade do CT1KT) esta associação para servir os amadores, e o interesse público, disponibilizava à REP cerca de 11 repetidores, que depois foram retirados, e os protocolo rescindido com a direcção de CT1DRY.
 
Afinal o que se pretendia então fazer, ao invés de um clube de DX de Lisboa, era o desejo de tornar a REP, descentralizada, uma associação nacional do tipo URE, e com uma manifesta utilidade pública, plural e interdisciplinar.
 
Como tínhamos feito inquéritos, a todos os sócios da REP (que estão seguramente arquivados), ficámos sempre, absolutamente convictos de que o caminho e a estratégia traçada, estava correcta, e, foi toda ela legal. Pois sabíamos das outras opções dos nossos associados, e para elas estávamos mandatádos.
 
Aqui entram os aspectos dirigidos para a protecção civil:
 
Com estes dados estatísticos, provenientes do inquérito aos sócios da REP, a direcção da REP, ficaria a saber dos associados, que a educação e os desígnios cívicos e humanitários, que incluem a defesa e a protecção civil, ganhavam interesses em relação aos concursos e aos diplomas.
 
Porque DX (falar para lugar indeterminado) todos fazemos. Incluindo o facto de que, quem fazia concursos e diplomas alinhou no projecto da protecção civil (fizemos registo de sócios, de voluntários, para fornecer ao SNPC, que não aceitou).
 
Mas voltando a 1998, ainda no tempo da presidência do CT1KT, iniciámos na REP um longo trabalho com o senhor Dr. António Nunes então presidente do SNPC (hoje director da viação civil).
Fizemos um esforço associativo, na esperança de obter deste responsável da protecção civil (no tempo do governo socialista PS), as medidas de apoio e sobretudo da estruturação nacional, dos radioamadores, dentro do PNE e PNTE, com uma correcta integração dos amadores de rádio.
 
Mas não se conseguiu progredir, porque o SNPC e o ICP, não quiseram fazer nada por isso. Ao que parece, o problema exterior ao SNPC, mantém-se, por dificuldades de articulação e enquadramentos legais, que  se prendem ainda com a lei do voluntariado e outras normativas.
 
Mas nada obstava a que o SNPC, fizesse como na Espanha, e criasse uma Lista de Voluntários, implementado cursos de formação e treino, normas de intervenção, e em seguida fizessem 1 ou 2 exercícios anuais, destinados aos radioamadores, privilegiando sobretudo os Radioamadores a título individual, pois este assunto com associações (como diz o CT1ZC) nunca mais vai a lado nenhum.
 
A REP de que eu sou sócio, detém uma representatividade nacional de apenas 10%.
 
A REP (e as associações em geral) não tem pessoas disponíveis e interessadas em trabalhar.
Por outro lado, nem todos os amadores, podem estar qualificados, para o desempenho destas funções dentro das associações, que exigem absolutos conhecimentos técnicos e operativos.
 
Neste contexto, seria expectável que em Portugal, e à semelhança daquilo que ocorre noutros países da União Europeia, se obtivessem em Portugal, um número de voluntários (verdadeiramente activos e capazes, dotados de meios adequados), de cerca de 8 a 10% do número de radioamadores activos, o que seria entre 250 a no máximo 500 elementos.
Porque apenas estão licenciados pela ANACOM cerca de 5.500, mas destes amadores, apenas alguns estão dotados de meios autónomos, e com estações operacionais.
 
Durante todos estes anos, viemos a verificar que o SNPC, o SNBPC e o ministério da Administração Interna, em 10 anos, nunca fizeram absolutamente nada.
Entram e saem directores e inspectores da protecção civil, que são pagos para o exercício das suas funções. Mas as coisas não tem seguimento.
 
Por outro lado, os dirigentes associativos, não detém protecção legal.
 
Para uma associação activa, (do tipo REP ou outra) poder funcionar, os dirigentes tem de se deslocar pelo menos 3 vezes por semana à sede, e ali trabalharem pelo menos 2 a 4 horas por deslocação, e fazerem 10 a 20 horas semanais de trabalho associativo.
Tem de se deslocar a reuniões, com as autoridades da administração (que só trabalham nas horas de expediente).
Os dirigentes associativos, tem de faltar aos empregos, isto se querem prosseguir com as entidades oficias e com estes tipo de responsabilidades, com as acções inerentes aos seus cargos associativos. Pelas faltas ao serviço, não são remunerados, nem as podem justificar.
 
Logo existe aqui, um manifesto desequilibro, que nem a lei do voluntariado protege.
 
É pois, neste amadorismo subserviente, que nos colocamos na cauda da Europa.
 
Não estamos a falar de pagar nada a ninguém, falamos de enquadramentos e de estruturas nacionais. Que devem ser executadas por essa gente que é paga para tais funções
 
Se o SNPC e o ministério da Administração Interna (do PS e do PSD) entre todos estes anos nunca fizeram nada (neste contexto).
 
Porque não souberam fazer.
Porque quiseram.
Porque não dispunham de meios.
Porque não dispunham de pessoas competentes e qualificadas para os executarem.
 
É tempo de se mudarem as coisas, mas não são os radioamadores que o vão conseguir fazer. Não é o SNBPC que o vai conseguir fazer.
Tem de vir de cima, outras decisões políticas e estruturais, para que possam depois ser implementadas, mas daqui a alguns anos.
Entretanto vamos brincar aos rádios e às emergências, até que alguma ocorra de facto.
 
Para melhor apreciação destes casos, e daquilo que atrás citei, enquanto experiência pessoal, inclusive junto dos serviços de protecção civil.
Aconteceu há uns dias atrás, que eu falei ao telefone, com um alto responsável da protecção civil de Carnaxide.
Com este responsável do SNBPC, eu e o CT1EWA, debatemos diversos assuntos de interesse 1) da protecção civil (do SNBPC) e, 2) dos radioamadores e das associações que não são só a REP. Designadamente, os diferentes pontos de vista que tem sido seriamente debatidos neste Fórum, pelos sócios da REP e pelos outros radioamadores, pelos dirigentes associativos, pelos amadores filiados nas outras associações.
 
E para que se esclareçam as coisas.
Que devem ser conhecidas, e neste caso, em termos públicos e associativos, na defesa de todos nós.
Porque estou farto de palhaçadas, dentro e fora da REP.
 
Aconteceu que:
 
Logo em seguida, à minha conversa com o dirigente do SNBPC, eu recebo na minha própria casa, o seguinte E-mail, que foi redigido nestes termos, pelo senhor Paulo Santos – CT4DK (um funcionário do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil), um director da REP, uma pessoa que não conheço, e com a qual eu nunca sustentei nenhum tipo de relacionamento, pessoal ou institucional, a saber:
 
«... ----- Original Message -----
 
From: <ct4dk@ct4dk.ath.cx>
To: xxxx@xxxx
Sent: Thursday, November 20, 2003 1:40 PM
Subject: Forum
 
Caro Colega
Não sei a que proposito enviou um email ao meu chefe de batente, sobre as msg que tem estado a ser debatidas no forum não oficial da REP, se foi com intenção de me prejudicar profissionalmente informo de que não conseguio essas intenções, mas sim ajudou a enterrar mais a sua credebilidade que eu estava criar na sua pessoa, porque pensava que o  que se dizia sobre si era tipo má lingua, mas agora começo a acreditar em algumas coisas que são ditas, até que no meu ponto de vista todos são inocentes até prova em contrário. Com os melhores cumprimentosPaulo Santos - CT4DK ...»
 
 
Eu sobre estas coisas da protecção civil e da REP, não faço mais comentários. Preocupa-me o POLVO, e com estes factos, eu encerro a minha participação em coisas da Protecção Civil do SNBPC, e da REP.